Quando criança eu tive Legg-Calvé-Perthes... e o que é isso??
Legg-Calvé-Perthes:
A Doença de Legg-Calvé-Perthes é uma necrose avascular da epífise óssea da cabeça femoral, acometendo seu núcleo de ossificação. É uma doença auto-limitada e idiopática, atingindo mais o sexo masculino do que o feminino, numa relação de 5:1, apresentando-se na faixa etária de 4 a 9 anos. A causa da necrose total ou parcial da epífise óssea da cabeça femoral imatura permanece obscura. As possíveis causas propostas incluem o desequilíbrio endócrino, trauma, inflamação, nutrição inadequada e fatores genéticos. A teoria mais popular é a deficiência da irrigação arterial da epífise, com múltiplos episódios de áreas isquêmicas.
A doença de Legg-Calvé-Perthes é uma necrose avascular da epífise femoral em crescimento, de característica autolimitada e idiopática. De modo seqüencial observa-se necrose, reabsorção óssea, deposição de osso novo e finalmente remodelação até a maturidade. Os estágios de reabsorção e deposição ocorrem simultaneamente alterando a resistência mecânica do núcleo epifisiário tornando-o suscetível à deformidades. (Soni, Valenza e Schelle,2004).
INCIDÊNCIA
A incidência exata da doença é difícil de determinar, porque muitos casos não são diagnosticados (Tachdjian,1995). Sua incidência é de cinco meninos para uma menina. Existe uma predominância em crianças de raça branca, e, em 20% dos casos, há relação familiar. Pode afetar os dois lados em 20% dos pacientes. Existe predisposição em crianças nascidas com baixo peso, e a idade óssea é retardada em quase 90% dos casos. Tanto meninos como meninas têm uma tendência para baixa estatura (Hebert, 2004).
Segundo Weinstein e Buckwalter (2000) há um aumento na incidência da Doença de Legg-Calvé-Perthes em crianças nascidas depois de outros irmãos, particularmente da terceira a sexta criança, e em grupos sócio-econômicos mais desvalidos. Também há fatores raciais e étnicos intervenientes, sendo a doença mais comum em esquimós, japoneses e europeus centrais, e incomum em australianos nativos, polinésios, índios americanos e negros.
Para Tachdjian (1995) o início clínico da doença de Legg-Calvé-Perthes ocorre em uma faixa etária muito estreita, cerca de 80% dos pacientes estando entre 4 e 9 anos de idade, com uma média de 6 anos e uma extensão que vai de cerca de 2 anos de idade até 13 anos. A idade do início é mais precoce nas mulheres. Em cerca de 10% dos casos o envolvimento é bilateral.
(eu ganhei na mega sena... sou mulher e tenho nos dois lados)
ETIOLOGIA
A doença de Legg-Calvé-Perthes é produzida por avascularização da cabeça femoral. A razão para esta diminuição do suprimento sangüíneo da cabeça femoral, entretanto, ainda não foi determinada (Tachdjian,1995).
A doença de Legg-Calvé-Perthes é produzida por avascularização da cabeça femoral. A razão para esta diminuição do suprimento sangüíneo da cabeça femoral, entretanto, ainda não foi determinada (Tachdjian,1995).
Para Soni, Valenza e Schelle (2004) a verdadeira causa da Doença de Legg-Calvé-Perthes permanece indefinida. Vários fatores foram apresentados na literatura como prováveis responsáveis deste episódio, tais como:
* Anormalidades de coagulação
* Alteração do fluxo sangüíneo arterial (infartos ósseos múltiplos)
Obstrução da drenagem venosa da epífise e colo femoral
* Trauma
* Desenvolvimento: crianças pequenas para a idade cronológica
* Hiper-reatividade da criança
* Influências genéticas
* Fatores nutricionais
Já para Hebert (2004) de todas as teorias (até agora não confirmadas) sobre a causa da doença, parece que a maior comprovação que se tem é quanto à relação com a isquemia do núcleo de ossificação da cabeça do fêmur e o hormônio do crescimento, tendo em vista a baixa estatura das crianças com a enfermidade.
QUADRO CLÍNICO
Para Hebert (2004) essa condição quase sempre se manifesta pela claudicação, às vezes com dor e limitação de movimentos do quadril. Freqüentemente pode ocorrer apenas dor indefinida na coxa e joelho. A mobilidade do quadril está limitada e associada a uma contratura muscular antálgica. Existe atrofia da coxa e panturrilha e, mais tarde, até diminuição do comprimento do membro inferior afetado pelo achatamento da cabeça, pela fusão da cartilagem de crescimento e pela falta de estímulo para o crescimento, provocado pelo repouso do membro inferior afetado.
Segundo Soni, Valenza e Schelle (2004) as principais características clínicas são:
Segundo Soni, Valenza e Schelle (2004) as principais características clínicas são:
* Sexo masculino quatro a cinco vezes mais freqüente. (Aff... eu tenho mesmo sendo mulher!!)
* Bilateralidade de 10 a 12%, geralmente em fases distintas de evolução. (também entro nesta estatística... ficar rica... isso eu não consigo rsrs)
* Sintomas de dor inguinal ou face anterior da coxa, ocasionalmente apresenta dor referida no joelho. (Realmente dói!)
* Sinais de claudicação e limitação da abdução e rotação interna de quadril.
A dor, quando presente, habitualmente está relacionada à atividade, e é aliviada pelo repouso. Em decorrência de sua natureza branda, na maioria das vezes os pacientes não dão atenção até semanas ou meses depois do início clínico da moléstia, podendo provocar um atraso no diagnóstico (Weinstein e Buckwalter, 2000).
ESTÁGIOS
A Doença de legg-calvé-perthes progride por meio de quatro estágios definidos: (1) condensação; (2) fragmentação; (3) reossificação; e (4) remodelamento. Durante a fase inicial, uma porção da cabeça femoral torna-se necrótica e o crescimento ósseo cessa. O osso necrótico é reabsorvido e fragmentado; nesse momento inicia-se a revascularização da cabeça femoral. Durante o segundo estágio, a cabeça femoral freqüentemente torna-se deformada e o acetábulo torna-se mais raso em resposta às deformidades da cabeça femoral. Com a revascularização, a cabeça femoral começa a se ossificar novamente. Quando a cabeça femoral cresce, ocorre o remodelamento da cabeça femoral e acetábulo. O estágio da doença no momento do diagnóstico, o sexo da criança e sua idade do início da doença terão impacto no resultado final e na congruência da articulação do quadril. (Tecklin, 2002).
A Doença de legg-calvé-perthes progride por meio de quatro estágios definidos: (1) condensação; (2) fragmentação; (3) reossificação; e (4) remodelamento. Durante a fase inicial, uma porção da cabeça femoral torna-se necrótica e o crescimento ósseo cessa. O osso necrótico é reabsorvido e fragmentado; nesse momento inicia-se a revascularização da cabeça femoral. Durante o segundo estágio, a cabeça femoral freqüentemente torna-se deformada e o acetábulo torna-se mais raso em resposta às deformidades da cabeça femoral. Com a revascularização, a cabeça femoral começa a se ossificar novamente. Quando a cabeça femoral cresce, ocorre o remodelamento da cabeça femoral e acetábulo. O estágio da doença no momento do diagnóstico, o sexo da criança e sua idade do início da doença terão impacto no resultado final e na congruência da articulação do quadril. (Tecklin, 2002).
Agora entenda....
Quando eu era criança meus pais me levaram no medico, mas se ainda hoje não é difundida a doença. Imagina antes... Todos médicos que eu fui até então me disseram que não era nada.... Acabei passando minha adolescência fazendo tudo que eu não poderia,,, pois só iria aumentar os desgastes cada vez mais... Só mais velha e com dores fui procurar saber o que realmente tinha... Só que quando eu realmente fui ver meu problema já era muito tarde.
Agora minha bacia e fêmur estão muito desgastados.... e pior.... eu nunca levei tão a serio todo o tratamento.... isso sempre me encheu o saco... estas historias de não pode isso ou aquilo... tanto que a última foi há três anos atrás....
Hoje depois de todos os exames sei que nunca mais terei uma vida normal, tenho muitas limitações e tenho de viver . Não posso operar e colocar prótese no momento, que é a única solução para meu caso.... tenho apenas que aumentar as cartilagens pra diminuir as dorees e ajudar a não desgastar mais os ossos.
Hoje estou sofrendo com uma osteoartrose que causa muitas dores e debilidades com as pernas, além de outros problemas.... todos sequelas de legg perthes.
O médico pede que tenha paciência e que tenho seguir tudo certo para poder amenizar o problema.
Tem hora que tenho vontade de mandar tudo à merda... e dessa vez acho que não fiz isso pois as dores são muitas e bem fortes. Realmente tenho sofrido com isso.... estou com muitas limitações e por isso estou tentando ter a paciência, pra poder voltar ao menos andar sem sentir dores....
Ter uma vida normal, já tenho consciência que nunca mais... infelizmente. Quero apenas voltar a rotina, poder passear, poder ser feliz!!
Áurea Ruivo.
eu sempre estarei com vc.. cuidando e ajudando você em tdo....
ResponderExcluirOla,
ResponderExcluirEu tambem tive Legg Perthes quando era crianca e tenho sequelas. Vivo uma vida normal apesar de ter uma perna menor do que a outra.
Entendo o que voce disse acima, e tenho certeza que voce vai voltar a ter uma rotina normal e vai ser feliz. Estarei torcendo por isso.
Um abraco e boa sorte
Romualdo Calixto
romualdocalixto@yahoo.com.br
Olá, tenho 28 anos e tive a mesma doença quando era criança.
ResponderExcluirTenho uma das pernas mais curta que a outra, mas consigo ainda fazer tudo normalmente.
A unica coisa que me incomoda são as limitações de movimento e as dores que sinto depois de algumas atividades (que eu não deveria estar fazendo) como jogar bola e dançar.
Entendo que meu caso é muito melhor que o de muitas pessoas que tiveram a mesma doença, porém fico muito preocupado com o futuro porque não conheço nenhum adulto que tenha tido a doença e todos os prgnósticos que escuto dos médicos são tristes... limitações, cirurgia, dores...
Deixo o meu email e minha solidariedade contigo e com todos que já tiveram e estão hoje vivendo as consequências dessa doença.
Thiago...
ResponderExcluirSó faltou vc postar seu email =D
Mas eu operei e coloquei prótese no quadril esquerdo,, e vou relatar tudo o q tenho passado aqui.
Beijoss e obrigada pela atenção!
Olá tenho 45 anos e tbm tenho esta deformidade, na perna direita, sinto mtas dores, imagino o q vc tem passado tendo este problemas nas duas pernas, no meu trabalho tenho que fazer visitas domiciliares e tenho mtas dores,deixo meu email(izaborges@yahoo.com.br) sempre que tiver mais informaçãoes me encaminhe. Boa sorte para vc e que Deus te proteja.
ResponderExcluirAbss
Eu tive essa doença quando tinha uns 12 anos.
ResponderExcluirPassei por maus pedaços até descobrirem o que era, mas graças a Deus, minha familia e um bom médico, 3 cirurgias depois fiquei completamente curado.
Felizmente sou um 'case de sucesso' mas como todos aqui posso dividir todo o sofrimento que vivemos.
Tenho um blog e em breve vou postar sobre o tema, acho que isso ajuda de alguma forma.
Abração!
http://eopedefeijao.blogspot.com/
nao fique tao triste meu filho teve artrite septica ao nascimento e ficou sequlas a primeira foi necroze do femur a 2 foi deformidade da epifisie ea 3 comprometeu crescimento do membro inferior. hoje meu filho tem 8 anos e eu nao sei mas o que fazer, para ajuda-lo, a cada dia uma nova experiencia mas so deus para nos ajudar
ResponderExcluirNada como um dia após o outro.. e o avanço da medicina!!
ResponderExcluirOla, apenas queria lembrar o João que ,infelizmente ninguém fica totalmente curado. Surgem sequelas com o passar do tempo que se transformam em atroses. Será necessário recorrer novamente a cirurgia para colocar um prótese. eu também pensava que estava totalmente curada...Até que um dia acordei...e as dores começaram, lentamente, progressivamente....
ResponderExcluirdeixei de poder correr, andar de biciclete, até caminhar mais de 20 minutos torna-se insupurtavél.
Olá! Tenho 22 anos e tive legg perthes, hj quase não sinto mais dores, mas já sofri mt tbm! Tenho algumas limitações de movimentos que as vezes me deixam um pouco chateada, mas mesmo assim eu não deixo de sair e me diverir, de malhar, e levar a vida normalmente. Qnd descobri a doença foi por conta de uma queda num jogo de handball ao 11 pra 12 anos, ainda daria tempo de fazer algum tratamento específico, mas o idiota do médico disse que as dores eram normal, pq eu estava crescendo mt rápido e qnd foi realmente diagnosticada já não tinha mais tempo.
ResponderExcluirSe quiser conversar mais
evelindelaine@yahoo.com.br
Olá, Tenho 46 anos e tenho uma diferença na perna esquerda que deixou minha coluna torta. Isso refletiu no meu corpo. Tenho o corpo delgado e se ponho bikini, por exemplo, é fácil perceber. Não tive um tratamento quando era criança ou adolescente. Meus pais não deram muita atenção. Gostaria de saber se é recomendável ou até mesmo se existe tratamento ou cirurgia que possa me ajudar. Durante toda a minha vida sofri com isso, até mesmo fugindo de relacionamentos. Tinha medo de ir à praia. Sou uma mulher bonita e vaidosa. Alguém poderia me ajudar. Procurei em toda a internet mas não encontrei muito para meu caso. Somente esse blog. meu email: su_rreal@hotmail.com
ResponderExcluirOlá,,,
ResponderExcluirBom saber que q não estou sozinha nesta caminhada.. e quem quiser me add no msn será um prazer conversar sobre este assunto! ;)
aurea_ruivo@hotmail.com
Oi descobrir a uma 15 dias atrás que meu filho de 3 anais tem legg perthers e ele está usando um aparelho que é
ResponderExcluirHorrível tenho sofrido muito ,porfavor se aaguel souber de um outro tipo de tratamento até cirúrgico por favor me indica segue meu apelo de mãe desesperada ,obrigado
Eu tenho este problema e estou bem desanimado, alguns médicos falam que é melhor não operar e outros dizem que sim, a dor é constante, até no IOT eu já estive e fui recusado para a cirurgia, sofro há 38 anos com isso.
ResponderExcluirOlá Paulo, me desculpe a demora pra responder... com a correia do dia-a-dia, acabei q fiquei sem entrar aqui por muito tempo. Este post é bem antigo.. foi de agosto de 2009, em março de 2010 eu coloquei um enxerto de ossos e uma prótese no quadril esquerdo... o q melhorou muito minha vida. Hoje sofro demais com o quadril direito que tem sérios problemas... dia 06 tenho consulta com meu médico... e vamos ver qual a avaliação dele, já q estamos tentando prolongar a operação do quadril direito... bem eu passei por vários especialista até q este me operou... sabemos que cada caso é um caso.. mas se quiser conversar mais sobre isso estou a disposição. Abraços Lolla
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