O DIA “D”

Era 5 e 28hrs da manha, a enfermeira entrou no quarto.. mediu a pressão, viu se a Karina (minha companheira de quarto) estava bem e saiu.. achei q era mais uma visita rotineira.. até q ela entrou novamente e me disse que eu tinha q tomar banho. Mas já?? Indaguei.. e ela sim, dizem que seu medico chega bem cedo. Deu-me um copo cheio de iodo, disse q após o banho com sabonete deveria passar o iodo no corpo para desinfetar.

Com muita preguiça comecei a tomar banho, escovei bem meus dentes,, pois não sabia quando faria novamente, me lavei com todo aquele iodo,, e engraçado ele espuma.. nunca imaginei q fazia isso. Logo a enfermeira muito simpática veio me ajudar. Me sequei e ela começou a passar mais iodo em mim... fiquei até amarela daquilo, depois me enrolou com gazes .. fiquei parecendo uma múmia.. coloquei uma daquelas camisolas que fica com a bunda de fora e subi na maca... a enfermeira me cobriu toda e disse que não podia mais sair dali.. pois agora eu estava desinfetada (aff me senti como vaso sanitário) e ia para o centro cirúrgico.

Quando entrei no Centro Cirúrgico, logo veio uma enfermeira perguntar o que eu ia fazer, e como sempre me achou muito nova para este tipo de cirurgia... varias foram as enfermeiras que passaram me dizer oi, me perguntar o que ia fazer... e me desejar boa sorte. Mais macas foram chegando e ficando “estacionadas”no corredor, esperando para suas respectivas cirurgias. Foram chegando os médicos também... e a equipe de anestesistas. O mais engraçado foi ficar ouvindo tudo que eles falavam... isso que quando fui fazer minha consulta com o anestesista ele me garantiu que eu não ia ver nada,, ia sair do quarto já dormindo e só iria acordar no quarto novamente. Depois de muita discussão entre os anestesistas,, cada um escolheu sua “vitima”.

Assim sendo, logo o meu médico anestesista me levou a sala que iria ser minha cirurgia. Lembro-me de entrar na sala, escutar uma musica ao fundo.. dar uma boa olhada na sala... varias caixa (o material da minha prótese) numa mesa, ver a mesa de cirurgia, uma peça em cima dela que parecia uma morsa, da qual perguntei o que era aquele instrumento de tortura... o anestesista riu e me explicou que era para apoiar meu corpo.. que a cirurgia ia ser realizada com o corpo de lado... lembro-me ainda do meu medico perguntando se eu estava bem.. lembro de outro medico presente também na sala... do enfermeiro... e do anestesista me dizendo tchau...

Se a data está marcada, Chega!!!!!

Se marcou chegou,, e assim que marquei .. agora chegou.. não estava tão nervosa como da primeira vez,, mas nem água descia pela garganta... o dia estava compridooooo..... e eu meio sei lá.

Bem o pior momento é a viagem de Itapetininga a Sorocaba, a encheção de saco de receber telefonemas de trabalho no caminho da viagem.... e a chegada no hospital.

Friozinho na barriga é natural,, mas eu estava tranqüila... bem mais do que eu achava que estaria. O interrogatório na recepção do hospital foi rápida, vista que eu já fiz este cadastro antes. Subi ao quarto, meus pais foram comigo, tinha uma guria lá, que estava esperando para fazer um exame, parecia ser simpática, mas não conversamos muito. Meus pais logo foram embora,, mas mais logo ainda voltaram junto com o médico.

Meu médico como sempre super simpático e atencioso, conversamos, pediu pra que eu tirasse todos meus brincos, piercings, e tudo mais... (eta problema hein!! Affs) e que nos encontrávamos no dia seguinte.

Enfim foram todos embora.. e eis que surgem os enfermeiros... lá vai começar tudo de novo.. e tira pressão.. e lógico q tava alta... eu tava nervosaaa.. rsrs... e vamos tentar tirar um escapulário que eu tinha no pulso,, tadinho dele fazia tanto tempo que estava lá, não que eu acredite nisso,, mas sei lá,, na hora da dor tudo vale. O casal de enfermeiros era show,, simpaticíssimos, alegres.. demos muita risada. Bem tiramos quase tudo, o piercing do tragus era bem difícil de tirar e ficou.

Bem não demorou muito fiquei sozinha.. a guria foi faze o exame.. eu troquei de roupa coloquei minha camisola e comecei a assistir TV, até que eu tava legal... tentava não pensar em nada... falei com minha melhora amiga que me deixou calma... mas minha calmaria não demorou muito.. eis que apareceram outras enfermeiras... nossa tinha uma que se chamava Maria (porque pessoa legais sempre se chama Maria)... tiraram minha pressão novamente,, marcaram lá... e começaram a me cutucar..... rsrssss.... mentiraaa... colocaram um treco no meu pulso, com uns caninhos lá... onde seria por ali que eu tomaria toda medicação de agora por diante... estranho,, mas foi sussegado.

Fiquei assistindo TV novamente... parecia que a hora não passava... até que a guria voltou do seu exame, nossa tadinha ela tava toda dura e nem podia se mexer... o nome dela é Karina, e nossa ele voltou com muita fome,, e não trouxeram nada pra ela comer... fiquei inconformada com isso,, mas quem eu era pra fazer alguma coisa.

Bem tentei dormir... mas toda hora alguém entrava no quarto,, ou pra ver a Karina ou pra medir minha pressão,, dormi super mal... até as cinco e vinte e oito da manhã... quando vieram me acordar.....





A angustia da espera.

Os dias depois demoraram pra passar e nenhuma resposta do médico de marcar outra data. Até que meu pai não agüentou mais e resolveu ligar para ter uma resposta. Mas a resposta não foi exatamente o que esperávamos... o que era para acontecer uma semana depois já não tinha mais previsão de quando seria... a tal prótese era muito mais complicada de encontrar do que se imaginava, pois sou tão especial que minha prótese lógico que tinha de ser também... e muito complicada de encontrar... e a espera tinha de continuar.

Enquanto isso a cabeça da gente sempre pira... pensa de tudo...

Até que tenho q voltar ao medico, fui buscar um pedido e quando cheguei ao consultório e tinha um recado que o medico queria me ver, esperei para ser atendida, e depois de uma hora de espera (não sei porque sempre temos que esperar tanto em consultórios médicos?!) ele me chamou.

As noticias não eram as melhores.. se fossemos esperar os fornecedores encontrar o numero da prótese que o Doutor queria .. deveríamos esperar mais um mês para que isso acontecesse, então, ele estudou melhor meu caso e decidiu usar um numero superior da que ele gostaria, mas em compensação ele pensou melhor e decidiu que iria fazer um enxerto aproveitando meu próprio osso que seria cortado para a colocação da prótese.

Assim decidido marcamos a cirurgia para dali a quinze dias, e dessa vez era certeza que tudo daria certo.

Saindo do consultório, parecia que havia saído um pouco do peso de minhas costas... uma nova data marcada, um novo começo. Saindo de lá por estar mais leve fui até comer no Burger King rsrs.