A Regra Áurea


A Regra Áurea
 
Hinduísmo (Krishna. Há 5.000 anos, Índia)
Não faças aos demais aquilo que não queres que seja feito a ti; e deseja também para o próximo aquilo que desejas e aspiras para ti mesmo. Essa é toda a Lei, atenta bem para isso.
(Mahabharata, apud. Rost, p.28; Campbell, p.52)
Judaísmo (Moisés. Há 3.400 anos, Egito-Palestina)
Não faças a outrem o que abominas que se faça a ti. Eis toda a Lei. O resto é comentário.

(Talmud Babilônico-Hillel, apud. Schlesinger & Porto, p.26; Rost, p.69)
 
 Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
 
(Levítico, 19:18)
Zoroastrismo (Zoroastro. Há 2.600 anos, Pérsia)
Aquilo que é bom para qualquer um e para todos, para quem quer que seja - isso é bom para mim... O que julgo bom para mim mesmo, deverei desejar para todos. Só a Lei Universal é verdadeira Lei.
 

(Gathas, apud. Rost, p.56)
Budismo (Buda. Há 2.500 anos, Nepal-Índia)
Todos temem o sofrimento, e todos amam a vida. Recorda que tu também és igual a todos; faze de ti próprio a medida dos demais e, assim, abstém-te de causar-lhes dor.
 
(Dhammapada, apud. Rost, p.39)
 
Cristianismo (Jesus Cristo, há 2.000 anos, Palestina)
Tudo aquilo, portanto, que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles, porque isto é a Lei e os Profetas.
(Mateus 7:12)
Islamismo (Maomé. Há 1.400 anos, Arábia)
Nenhum de vós é um verdadeiro crente a menos que deseje para seu irmão aquilo que deseja para si mesmo.
(Hadith, apud. Rost, p.103; Campbell, p.54)
Fé Bahá'í (Bahá'u'lláh. Há 150 anos, Pérsia-Palestina)
Ó filho do homem! ... se teus olhos estiverem volvidos para a justiça, escolhe tu para teu próximo o que para ti próprio escolhes. Bem-aventurado quem prefere seu irmão a si próprio... tal homem figura entre o povo de Bahá.
(Palavras do Paraíso: Terceira e Décima Folhas do Paraíso)
Não ponhais sobre nenhuma alma uma carga da qual vós não desejaríeis ser incumbidos, nem desejeis para pessoa alguma as coisas que não desejaríeis para vós mesmos. É este Meu melhor conselho a vós, fôsseis apenas observá-lo.
 
(Bahá'u'lláh. Seleção dos Escritos de Bahá'u'lláh, LXVI)
(via www.animamundi.org.br)



Estes dias me perguntaram qual era meu segredo Brega, e vou lhes contar agora.... Sou fã de Sidney Magal... já assisti o show, tenho CDs, mp3s, e até o DVD.... e  uma outra pessoa me perguntou qual  é minha  fantasia, pois vou revelar, que fora a da She-Ra que tenho guardada no armário, minha outra fantasia é cantar esta musica com o Sidney, dançar com ele , pois se existe uma música que me traduz... ahh é esta....
Vem.... leia  o que ela diz... e agora me diz.... não é assim que temos de ser .... para ser FELIZ!!??

Senhorita LoLLa.


" Tenho" 
Sidney Magal

Tenho! Um mundo de sensações
Um mundo de vibrações
Que posso te oferecer
Tenho! Ternura para brindar-te
Carícias para entregar-te
Meu corpo prá te aquecer...

Serão os dias mais felizes
Se vives junto a mim
Espero que decidas
É só dizer que sim...

Tenho! Mil braços para abraçar-te
Mil bocas para beijar-te
Mil noites para viver
Tenho! Um mundo que é côr-de-rosa
De coisas maravilhosas
Que tanto sonhavas ter...

Serão os dias mais felizes
Se vives junto a mim
Espero que decidas
É só dizer que sim....

(AHAHAHAHAHAHAHAHHAA)

Serão os dias mais felizes
Se vives junto a mim
Espero que decidas
É só dizer que sim...

Tenho! Mil braços para abraçar-te
Mil bocas para beijar-te
Mil noites para viver...
Sim! Sim! Sim! Sim!

Tenho! Um mundo que é côr-de-rosa
De coisas maravilhosas
Que tanto sonhavas ter
Sim! Sim! Sim! Sim!

Tenho! Mil braços para abraçar-te
Mil bocas para beijar-te
Mil noites para viver
Tenho! Um mundo que é côr-de-rosa
De coisas maravilhosas
Que tanto sonhavas ter...

Milhões de vidas ou nenhuma?




Ela é assim, mulher, bonita, decidida.
Feliz... amiga... companheira...
Ela também pode ser sexy, fogosa, gostosa!
Bem é assim que todos a vêem... mas no fundo Ela não passa de uma medrosa.
Ela já sofreu... pelo amor e muito também pela dor.
Hoje Ela decidiu que quer viver, que é muito mais forte que tudo, e segue a idéia de que tudo que não a mata, a fortalece.
Descobriu que quanto mais velha fica, mais bonita se sente e muito mais atraente. Sair, curtir, viver, pegar, sorrir, largar, virou lema... desapego virou o esquema.
Amigos, amantes, parceiros de bebedeiras... numa vida de loucuras e luxurias... sem orgias... apenas alegrias. Solteira sim... sozinha, bem sempre tem um porém.
Mas tudo isso não passa de ilusões, pois quando sozinha, não passa de uma criança perdida, num momento de contradições. Ela tem se sentindo no meio de um mar, onde seus braços já doem de tanto nadar, suas pernas estão cansadas de procurar o chão, seus sonhos ahhh apenas um... sobreviver ... Ela está cansada, e com muito medo da próxima onda lhe afogar.
E no meio desse turbilhão... Ela encontrou alguém... o qual mesmo sem querer, ela deixou acontecer.... e agora cansada de lutar... Ela não sabe mais se consegue fugir novamente... sentiu nele um apoio, de repente. Ela sorri sozinha quando lembra do sorriso dele, do jeito bobo que ele conta piada, do jeito gostoso que ele oferece carinho... mas isso tudo é um perigo, porque a cada instante isso aumenta... e Ela não sabe lidar com sentimentos.
Sempre foi sozinha, aprendeu a ser sozinha, e sabe que é mais fácil assim. É mais fácil ter muitas vidas, deixar estas vidas serem sua vida. Ela sabe o que é chegar em casa, deitar-se e dormir, sem sonhos de amores perfeitos, sem sonhos de um homem seu.
Mas Ela também sabe o quanto é dolorido, chegar em casa e se deitar sozinha, sem ter para quem contar como foi seu dia, se foi bom ou ruim. De não ter com quem dividir a cozinha, o brigadeiro de colher, o banheiro com outra escova, e seus sentimentos que são sempre muito intensos.
Há dias que Ela chora sozinha, de medo, medo de tudo que está acontecendo, pois acima de tudo Ela tem se sentindo tola, porque apesar de estar apaixonada Ela não consegue encarar que isso pode ser o melhor para Ela. Ela não sabe lidar com seus sentimentos e muito menos falar sobre eles. Na verdade Ela não sabe falar sobre si.
Ser sozinha acho que a tornou assim. Dura, grossa, mal educada, irritada....  Suas dores carnais muitas vezes fazem com que ela piore... pois Ela acha que sendo assim a vida fica mais fácil. Boba.... acredito que é apenas carente.  Bem mas nem Ela sabe o que sente, e como vai saber? Se nunca fala de seus sentimentos. Cheia de tabus, bobagens de sua cabeça.... Odeia falar de sua doença, de suas tristezas de sua inteligência.
E agora apaixonada, de novo se vê numa encruzilhada, pois trancou todos seus sentimentos, num compartimento para nunca mais vê-los, e agora tem medo desse novo envolvimento, medo de aprender a amar e se danar.... e mais ainda... medo de aprender deixar alguém lhe amar.  As vezes o machuca com suas palavras duras, as vezes se machucar por perceber que ele tem razão, e que ele sem importa com Ela... e isso dói mais ainda... e com isso sente medo de novo, medo de não conseguir viver isso... e sentir... e de deixar fluir.
Ela é assim, tem milhões de vidas, mas nenhuma é a sua vida!

Senhorita Lolla.

Saudades...



Hoje acordei assim…
Com uma vontade louca de você.
Com uma saudade que não tem fim...
Vontade de você aqui pertinho de mim.

Saudades de seus beijos..
De seu cheiro..
De seu jeito...
De você assim... aqui pertinho de mim.

Hoje acordei assim...
Com saudades de seu cheiro,
Do seu olhar atento...
E de seu sorriso faceiro.

Saudades... saudades que não tem fim...
De você rindo... sorrindo...
De você bravo... birrento...
De você todo assim ... sendo assim... minha paixão meu tesão!!!

Senhorita Lolla 

Você.... eu...



Sinto tua língua percorrer meu corpo…
Molhada... quente.... arrepiada fico.
Ela vem devagar.. percorrendo-me por inteira
Ahhh calor que contagia... e me inebria

Sinto tua boca carnuda e quente...
em minha boca... e ao meu ouvido sussurra seu prazer.
Sua pele macia deslizando sobre mim...
seu calor que me faz seduzir.

Já estou toda molhada de tesão...
e a cada instante aumenta este desejo.
Mas de repente... em um toque suave, num movimento brusco
dentro de mim acolho você... em um encaixe perfeito.

E agora já me rendo...
sou toda sua... cada pedacinho meu é teu.
Bêbada de prazer...
em ver também o teu prazer.

Gemidos... odores...
Gritos .... suspiros...

Minha boca seca... Minha falta de ar...
Tudo culpa tua... Deixar-me assim ficar.
 Neste movimento de vem e vai
Que me faz entusiasmar.

Sedução... delírios...
Vontades... desejos...
Você... perfeitamente você...
Somando aqui... junto de mim.

E a cada palavra que você me fala...
E a cada palavra que me faz falar...
Meus sentidos aprimoram
E faz meus anseios por ti faz aumentar.

E nesta troca de carinhos...
tesão.... e cobiça.
Excita fico mais então...
E não há nada melhor que toda esta sensação.

Sim... confesso... sou louca por ti...
Por todo este seu corpo... este seu jeito
Esta sua falta de vergonha...
.... e este olhar que encanta.

A cada instante mais molhada fico...
Mais e mais lhe sinto...
Duro quente e infatigável...
Sinto um calor percorrer meu corpo...
Inebriante sensação de deleite...
Calor que aumenta... êxtase que me arrebate e fascina..

Como se não fosse eu... me entrego a você... e ecôo gemidos de prazer.
Neste néctar de sensações e encantos...
Deliciosamente perfeitos... sempre perfeitos e deliciosos.
Somando mais você!!!

Lolla Red Cat...













A Maior Flor do Mundo....

"A MAIOR FLOR DO MUNDO.... talvez o autor estivesse apenas transcrevendo a vontade de conquistar pequenos leitores, lhes fazer um afago, Saramago aqui coloca toda sua inocência e sinceridade nos mostrando sua imprecisa arte de escrever para as crianças. Mesmo parecendo uma historia sem fim, ele mostra a simplicidade e a força de vontade de um menino que é capaz de ultrapassar tudo e se esforçar ao máximo, mesmo com limitações e dificuldades para ajudar a frágil flor.... a qual ele conseguiu trazer novamente vida, frente a toda desesperança.
Neste nosso mundo moderno, era mais de meninos assim que precisamos,,, mas ingenuidade e caridade para ajudar neste mundo de ódio, desesperanças, tristezas e esquecimentos...."








Gosto muito também de conto Indiano, no qual nos mostra muito bem como cada individuo no mundo tem de fazer a tua parte para que possamos viver num mundo melhor...

Na floresta de Sariã, na Índia, viviam animais de todos os portes e temperamentos. Alguns ferozes, ágeis, e outros mais acomodados e dóceis. Havia também uma grande variedade de aves e répteis. Conta-se que entre eles destacava-se um passarinho muito querido pelos companheiros de floresta. Era dócil e diligente. Depois de um prolongado verão, com tantas folhas secas cobrindo o chão, irrompeu na floresta um pavoroso e incontrolável incêndio. À medida que o fogo invadia o seu interior, os moradores de Sariã fugiam espavoridos. Os mais vagarosos eram alcançados pelo fogo e acabavam fenecendo antes de sair do seu habitat. O fogo ameaçava impiedosamente destruir as árvores seculares e os bosques tranqüilos e acolhedores. Vendo o que se passava, o passarinho amigo viu-se numa situação de verdadeiro desespero. Mas não perdeu muito tempo. Saiu voando em direção ao rio, onde mergulhou para depois sair voando sobre as chamas. Com a água conservada nas penas aspergia o fogo, na tentativa de apagá-lo. Ia ao rio e voltava incessantemente, repetindo essa fatigante operação dezenas de vezes, sem desfalecimento. Tudo era inútil porque as labaredas, cada vez mais violentas, tomavam proporções sempre maiores. O passarinho, entretanto, não se cansava e nem desistia. Um chacal indolente observou, irônico: - Ó companheiro, que desmedida tolice está cometendo?! Então acha você que, com essas poucas gotinhas d'água que leva nas penas, vai conseguir apagar o volumoso incêndio que invade todo o mataréu? - Bem sei que a minha contribuição é insignificante e fraca diante das colunas de fogo que aniquilam a nossa querida habitação - disse o passarinho. - Não posso, porém, fazer mais do que faço. Eu quisera poder me desdobrar muito mais, contudo, não posso. Assim, dentro das minhas possibilidades estou cumprindo o meu dever. Nesse mundo envolto em chamas somos, particularmente, semelhantes ao passarinho de Sariã; não conseguiremos combater as labaredas destruidoras da violência, do desamor e da indignidade que ameaçam destruir a nossa tranqüilidade, harmonia e segurança. Entretanto, onde cair nossa gota de serviço, ela cumprirá sua missão. O importante agora não é discutir se o fogo vai ou não ser extinguido, se a contribuição pessoal que prestamos será valiosa, mas o que na realidade importa é que cada um de nós cumpra o seu dever de lutar por um mundo melhor, mais digno e fiel transmissor da paz e da harmonia.

E a nossa vida é assim... não espere das outras pessoas, faça você mesmo e agora.... não deixe para depois também!!! A vida é linda, mas pores curta... vamos ser FELIZES no hoje e colher Frutos dourados no amanhã....


Lolla...

Quando encontrar o amor





Quando encontrar alguém e esse alguém fizer 
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida.
 

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
 
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu.
 

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo
 
for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês.
 

Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
 
Algo do céu te mandou
 
um presente divino : O AMOR.
 

Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca,
 
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.
 

Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas
 
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar
 
com ela em qualquer momento de sua vida.
 

Se você conseguir, em pensamento, sentir
 
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado...
 

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
 
chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
 

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
 

Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...
 

Se você tiver a certeza que vai ver a outra
 
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela...
 

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.
 

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
 
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
 

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
 
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.
 

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
 
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!!

Carlos Drummond de Andrade

Hoje acordei apaixonada




Hoje acordei apaixonada
Fiz uma trança ao levantar,
E fui ver as borboletas a bailar
No jardim que florido está.

Flores, aromas, sensações
Oh saudades de meu amor.
E esta paixão aqui...
Que não me deixa esquecer de ti.

Hoje acordei apaixonada,
E por isso estou a sorrir
Sonhos com contos de amor
E me esqueço da dor.

Observo as borboletas,
Que batem suas asas enfim...
Trazem consigo a beleza,
E a ternura do serafim.

Hoje acordei apaixonada,
E vou contar pra ti...
Apaixonada sim...
Por alguém que não está aqui!

Áurea Ruivo



Você é meu mundo.



E é assim
De repente não tenho mais chão.
Não tenho mais mundo..
Tudo estas a minha volta,
Mas eu não vejo tudo!

Paro! Sento! Penso!
Quem sou??
De onde venho??

E este mundo...
Que gira em torno de tudo
Não para nem um segundo...
Faz-me rodar em meus mais profundos
sentimentos ocultos.

Cadê você
por quem quero tudo...
Cadê meu mundo?

Olho.. olho...
Giro e novamente olho
Sinto a brisa suave bater em meus olhos
Mas de que adianta se nada vejo
Nada sinto... pois alguém me roubou meu mundo.

Sim, já descobri...
É você que está aqui!
Fazendo eu me sentir assim.

Por que fazes isto comigo?
Se tudo que sinto..
sinto por ti...
Se tudo que faço...
faço para agradar a ti...

É você que roubou meu mundo
Tirou meu chão...
E ainda machucou meu coração.

Vem?
Traz de volta a mim esta loucura..
Este desejo... a insanidade de ter você aqui.
A vontade de sempre querer mais de ti.
Vem? Volta? Me faz sentir, o que nunca antes vivi!

Áurea Ruivo





Happy Day SEX!!!!



É o que lhes desejo..... e com muito prazer! rs
Beijocas...
LoLLa.

TABACARIA - FERNANDO PESSOA



Poesias de
Álvaro de Campos



    TABACARIA
Não sou nada. 
Nunca serei nada. 
Não posso querer ser nada. 
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. 

Janelas do meu quarto, 
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é 
(E se soubessem quem é, o que saberiam?), 
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente, 
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos, 
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres, 
Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens, 
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada. 

Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade. 
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer, 
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua 
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada 
De dentro da minha cabeça, 
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida. 

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu. 
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo 
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora, 
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro. 

Falhei em tudo. 
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada. 
A aprendizagem que me deram, 
Desci dela pela janela das traseiras da casa. 
Fui até ao campo com grandes propósitos. 
Mas lá encontrei só ervas e árvores, 
E quando havia gente era igual à outra. 
Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?


Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou? 
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos! 
Gênio? Neste momento 
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu, 
E a história não marcará, quem sabe?, nem um, 
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras. 
Não, não creio em mim. 
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas! 
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo? 
Não, nem em mim... 
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo 
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando? 
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas - 
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -, 
E quem sabe se realizáveis, 
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente? 
O mundo é para quem nasce para o conquistar 
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão. 
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez. 
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo, 
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu. 
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda, 
Ainda que não more nela; 
Serei sempre o que não nasceu para isso; 
Serei sempre só o que tinha qualidades; 
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta, 
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira, 
E ouviu a voz de Deus num poço tapado. 
Crer em mim? Não, nem em nada. 
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente 
O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo, 
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha. 
Escravos cardíacos das estrelas, 
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama; 
Mas acordamos e ele é opaco, 
Levantamo-nos e ele é alheio, 
Saímos de casa e ele é a terra inteira, 
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido. 

(Come chocolates, pequena; 
Come chocolates! 
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates. 
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria. 
Come, pequena suja, come! 
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes! 
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho, 
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.) 

Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei 
A caligrafia rápida destes versos, 
Pórtico partido para o Impossível. 
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas, 
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro 
A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas, 
E fico em casa sem camisa. 

(Tu que consolas, que não existes e por isso consolas, 
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva, 
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta, 
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida, 
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua, 
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais, 
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê - 
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire! 
Meu coração é um balde despejado. 
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco 
A mim mesmo e não encontro nada. 
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta. 
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam, 
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam, 
Vejo os cães que também existem, 
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo, 
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.) 

Vivi, estudei, amei e até cri, 
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira, 
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses 
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso); 
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo 
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente 

Fiz de mim o que não soube 
E o que podia fazer de mim não o fiz. 
O dominó que vesti era errado. 
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me. 
Quando quis tirar a máscara, 
Estava pegada à cara. 
Quando a tirei e me vi ao espelho, 
Já tinha envelhecido. 
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado. 
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário 
Como um cão tolerado pela gerência 
Por ser inofensivo 
E vou escrever esta história para provar que sou sublime. 

Essência musical dos meus versos inúteis, 
Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse, 
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte, 
Calcando aos pés a consciência de estar existindo, 
Como um tapete em que um bêbado tropeça 
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada. 
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta. 
Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada 
E com o desconforto da alma mal-entendendo. 
Ele morrerá e eu morrerei. 
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos. 
A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também. 
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta, 
E a língua em que foram escritos os versos. 
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu. 
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente 
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas, 

Sempre uma coisa defronte da outra, 
Sempre uma coisa tão inútil como a outra, 
Sempre o impossível tão estúpido como o real, 
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície, 
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra. 

Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?) 
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim. 
Semiergo-me enérgico, convencido, humano, 
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário. 
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los 
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos. 
Sigo o fumo como uma rota própria, 
E gozo, num momento sensitivo e competente, 
A libertação de todas as especulações 
E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto. 

Depois deito-me para trás na cadeira 
E continuo fumando. 
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando. 

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira 
Talvez fosse feliz.) 
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela. 
O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?). 
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica. 
(O Dono da Tabacaria chegou à porta.) 
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me. 
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo 
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

    Álvaro de Campos, 15-1-1928