Homens?!

A prática do desapego. Sabe por que pratico o desapego?? Muitos são meus amigos que me perguntam sobre isso, já que sou uma consumista nata e ainda não consegui  chegar a um grau tão elevado assim em meu desapego as coisas. Sempre me derreto toda, fico molhadinha em frente a um salto alto ou uma bolsa de grife. Aí você se questiona, mas o que eu me desapeguei então?

Bem eu aprendi a praticar o desapego em relação aos homens! Sim, com o passar do tempo desisti de tentar entender, aceitar e viver uma relação afetiva com eles. Mas espere!! Não... eu não vou começar a sair com mulheres, e nem vou entrar para um convento... apenas aprendi a praticar o desapego.

Hoje sentada em uma mesa de bar com mais três amigos, rindo, bebendo, falando sobre sexo, sobre nossos atos sexuais ou a falta deles, percebi na mesa ao lado, um senhor de uns quarenta e poucos anos, olhos verdes, sorriso atraente, bem vestido, um pouco acima do peso, sentado ali próximo de mim, com mais outros dois senhores. Percebi mais ainda... percebi seus lindos olhos verdes a me flertar... no inicio me incomodei, mas logo entrei no clima. Deixei meu olhar cruzar com o dele, comecei a retribuir seus olhares e um tempo depois além de seus olhos verdes a me fitar, um sorriso de canto de boca comecei a notar. Gosto desses joguinhos de olhares, flertes.

Sem perceber eu já o estava analisando, observando, gestos, sorrisos largos com os amigos, os cachos das madeixas e logo vi o brilho dourado da argola que envolvia seu dedo anelar. Acho que era exatamente isso que eu procurava para provar a mim mesma que homens sempre serão homens!

Então, estou praticando o desapego dos homens, não que eu tenha algo contra eles, ual ... eu os adoro. Adoro o cheiro, a pele grossa, a barba por fazer, sentir as mãos grandes de desajeitadas me acariciar e ter a impressão de que eles sempre vão nos proteger. Mas com o tempo eu apenas cansei de sofrer.

Uma das melhores coisas a se sentir é a angustia de um novo encontro. A sensação de  “borboletas” a voarem na barriga, o palpitar mais rápido em seu coração, a indecisão de qual roupa colocar, se você vai causar ou apenas assustar. Se usa aquela calcinha nova que mal cabe em sua mão, mas deixa seu bumbum lindo ou aquele salto altíssimo que lhe dá segurança mas lhe trás muitas dores nos pés? E todas estas emoções e expectativas juntas são ótimas, empolgantes e contagiantes.

E acontece o “Grande Encontro”, a noite foi perfeita, o vinho era ótimo, você se lembra de cada detalhe e quando fecha seus olhos lembra-se dos olhos deles penetrando em ti. Mas ai surge a segunda angustia, a angustia do dia seguinte.  Neste dia você passa o tempo todo a olhar o celular, na esperança de uma hora ele tocar. Mas ele não toca, e pior você sabe que ele não vai tocar e com isso a angustia cresce, você tenta esquecer o celular, deixa-o dentro da bolsa, mas a cada toque se desespera, o coração bate mais forte, e mas  decepção em ver que não é ele logo chega e apenas o que chega é a enorme frustração de desilusão.

Tudo bem que não são todos homens com quais saímos que temos estes sentimentos, mas são os que nos fazem sentir assim que gostamos mais, nos atraímos mais e pior, queremos mais.

Eee.. com tantos encontros frustrados comecei a pensar e agir igual a eles. Sim... sair por sais, beijar, sentir, curtir, viver o momento, apenas o momento. Sem telefonemas no dia seguinte, sem a espera deles, ainda mais e em oitenta por cento dos casos mal o nome sei.  Aprendi a fazer joguinhos, assim como da paquera com os olhos lindos e verdes mais casados do bar, aprendi a falar o que os homens querem ouvir, aprendi a envolvê-los, e fazer com que eles se sintam importantes, pelo menos naquela noite, já que sei que vai ser apenas aquela noite.

Depois de ter passado por um relacionamento longo, entendi como funcionam (ou acho que entendi) os homens, e sei que sim eles se entregam totalmente ao amor, quando este eles os encontram, mas eles continuam sempre sendo homens e sempre vão agir como mesmos. Dizer que ganhar colo naquele dia de carência, ganhar carinho quando estou irritada e com TPM, ter com quem desabafar , rir e até chorar não faz falta? Fazer sexo com amor e depois dormir a primeira meia hora no ombro do homem amado não faz falta? Ahhh faz falta sim, mas também aprendi que é tão bom chegar em casa desesperada para usar o banheiro e encontrar a tampa do vaso abaixada e melhor, sem vestígios de xixi. Poder ter uma cama de casal só sua, com dois travesseiros, três almofadas sem ninguém reclamar que você é exagerada. Dormir de calcinha velha e bege (se é que bege é cor?), meias nos pés, creme no rosto e bobs nos cabelos.

Estar solteira é ótimo, mas saber ser solteira é melhor ainda. Agir como os homens faz ficar mais fácil a eterna busca pela alma gêmea, o par perfeito (será que isso existe mesmo?). E nesta corrida você vai sair com homens lindos mas burros, outros feios e chatos, uns bonitos, inteligentes mais ruins de cama e alguns normais e apenas normais.. entres eles uns vão lhe causar insegurança e você vai até querer que ele te ligue, mas ele não vai ligar e você vai mais uma vez se decepcionar. E assim continua a caminhada e uma hora ou outra você vai acabar se apaixonando, vai sonhar com a vida a dois, a segurança do relacionamento, e mais uma vez você vai se desiludir e vai voltar para a mesma estrada, da qual a única pessoa que realmente vale a pena ter um caso de amor é com você mesma!

PS: Eu já encontrei homens que me deram flores, outros bombons, um até me escrevia e recitava poesias, mais ainda não encontrei um homem que me desse seu coração.

E fica a dica: Nós não escolhemos por quem nos apaixonamos, mas podemos escolher nos desapaixonar.

                                           LoLLa's